Academias Estaduais de Letras se reúnem em Mato Grosso do Sul

O Congresso Brasileiro das Academias Estaduais de Letras 2023 foi aberto hoje (19), no Centro de Convenções do Bioparque Pantanal, em Campo Grande.

O evento reúne representantes de 20 academias federativas oficiais dos estados e também dos acadêmicos Antonio Cícero e Ricardo Cavaliere, membros da ABL (Academia Brasileira de Letras).

O presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Henrique de Medeiros, fez o discurso de recepção aos participantes e convidados e destacou a importância da literatura para o desenvolvimento cultural e social.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, participou da solenidade de abertura e também deu boas-vindas aos visitantes.

O congresso tem o patrocínio do Governo de Mato Grosso do Sul, através da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania.

O governador garantiu apoio incondicional a todas as iniciativas da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, organizadora do evento, que será desenvolvido durante dois dias.

O presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, representa a instituição no congresso, que segue até amanhã (20), abordando temas como a literatura brasileira e a importância das Academias Estaduais de Letras para o incentivo às atividades da educação, leitura e atividades literoculturais.

Os visitantes foram homenageados com as apresentações da dupla de cantores e músicos Marcos Mendes e Maria Cláudia, interpretando canções de temática regionalista, e do repentista Ruberval Cunha.

Um passeio pelo  Bioparque – o maior Aquário de água doce do mundo – também fez parte do programa reservado aos participantes.

Presidente da ASL, Henrique de Medeiros, faz discurso de recepção às academias.

Governador de Mato Grosso do Sul na abertura do evento.

Dispositivo de honra da abertura do Congresso de Academias/Imagem: Secom/MS

Olavo Romano (MG), Antonio Cícero (ABL), Fábio Coutinho (ABrL) e Zózimo Tavares (APL).

Apresentação artística na abertura do Congresso.

Título: Uespi divulga edital para preenchimento de 332 vagas para portadores de diploma

A Universidade Estadual do Piauí (Uespi) publicou edital que torna pública a disponibilidade de 332 vagas, em 10 campi, para cursos presenciais de graduação na modalidade portador de diploma de curso superior. A solicitação de ingresso pode ser realizada entre os dias 23 e 30 de outubro.

Para participar, o candidato deve ser portador de diploma de curso superior, legalmente reconhecido, nos graus de Bacharelado ou Licenciatura. Além disso, é necessário ter índice de rendimento acadêmico (IRA) igual ou superior a 8,0.

Para se inscrever, o candidato deve acessar ao site https://sistemas4.uespi.br/vagas-portador/ e preencher devidamente a todos os campos de inscrição, além de anexar os documentos exigidos. A ausência de informações no ato da inscrição ocasionará em seu indeferimento.

Após essa etapa, as solicitações serão avaliadas em duas fases. A primeira irá observar se o processo de inscrição foi feito corretamente e se o candidato atende a todas as exigências previstas em Edital. Os aprovados serão avaliados em uma segunda fase, na qual será feita uma análise curricular, baseada em tabela de pontos.

Em caso de empate entre os candidatos concorrentes, serão considerados os seguintes critérios, por ordem de prioridade: o interessado ser, preferencialmente, oriundo de instituição pública; maior índice de rendimento acadêmico (IRA) obtido no curso de graduação de origem; candidato com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; ser maior de idade.

A publicação do resultado final será feita pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Preg) no dia 08/12/2023, no site da Uespi. Após a divulgação, a Preg informará, também, por meio do site da instituição, as datas e procedimentos necessários à realização das matrículas institucionais e curriculares.

Para mais informações sobre os cursos e respectivos campi com vagas, confira o Edital na íntegra clicando aqui

ANEXO II

Celebração do Centenário de Wilson Brandão se encerra nesta quarta

O Seminário Parlamento e Cultura, que em sua primeira edição é dedicado ao centenário de nascimento do professor, deputado e acadêmico Wilson Brandão, será encerrado nesta quarta-feira (18).

Duas palestras estão programadas para o encerramento do evento, a partir das 19h, no plenarinho da Assembleia Legislativa.

A primeira está a cargo da professora e acadêmica Fides Angélica, secretária geral da Academia Piauiense de Letras. Ela vai falar sobre Wilson Brandão como jurista.

A segunda e última palestra do seminário palestra será proferida pelo deputado e acadêmico Wilson Brandão, filho do homenageado. Ele vai falar sobre a atividade política e parlamentar de Wilson Brandão.

Geração de 45 e história

Na abertura do evento, ontem (17) à noite, o professor Antônio José Medeiros falou sobre a Geração de 45 e a inserção de Wilson Brandão em seu contexto.

O professor e acadêmico Fonseca Neto fez a segunda palestra, abordando o papel de Wilson Brandão como historiador e analisando a sua obra nesta área.

O Seminário Parlamento e Cultura é uma iniciativa da Assembleia Legislativa, através da Escola do Legislativo, em parceria com a Academia Piauiense de Letras e a Academia Piauiense de Letras Jurídicas.

Também estão associados ao evento o Instituto Presente e a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Piauí.

(Imagens: Jarbas Santana/ALEPI)

Abertura do Seminário pelo presidente da Assembleia, deputado Franzé Silva.

Wilson Brandão, ícone do direito, do magistério, das letras e da política

O acadêmico Wilson de Andrade Brandão, primeira personalidade homenageada através do Projeto Parlamento e Cultura, foi um dos principais expoentes do direito, do magistério, da política e das letras no Piauí.

Ele nasceu em 14 de outubro de 1922, em Pedro II, e faleceu em Teresina, em 25 de abril de 2001, aos 78 anos.

O Seminário Parlamento e Cultura, que será realizado hoje (17) e amanhã (18), a partir das 19h, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa, encerra as celebrações de seu centenário, abertas em outubro do ano passado, na OAB-PI.

O evento é uma iniciativa da Assembleia Legislativa, através da Escola do Legislativo, juntamente com a Academia Piauiense de Letras, a Academia Piauiense de Letras Jurídicas e o Instituto Presente.

O homenageado

Wilson Brandão formou-se aos 24 anos, na Faculdade Federal de Direito do Piauí, onde logo depois se tornaria professor.

Foi eleito deputado estadual em 1965, exerceu o mandato por seis legislaturas consecutivas, ocupando o cargo de líder do Governo.

Ele foi também secretário de Cultura no primeiro governo Alberto Silva e no governo Lucídio Portela.

Em seu último mandato, integrou a Assembleia Estadual Constituinte de 1989 e deu sua contribuição como jurista à Comissão de Justiça.

Conhecido e respeitado como um grande humanista e civilista, escreveu obras como “Divórcio e Separação Judicial” e “Lesão e Contrato no Direito Brasileiro”.

Autor também de um dos clássicos da História do Piauí, o livro “História da Independência no Piauí”.

Escreveu livros não só no campo jurídico, mas em outras áreas do conhecimento, como Filosofia, Sociologia, História e Literatura.

Presidiu a Academia Piauiense de Letras e foi membro do Instituto dos Advogados do Piauí e do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.

Piauí celebra o centenário de Wilson Brandão

A primeira edição do Seminário Parlamento e Cultura será dedicada à celebração do centenário de nascimento do professor, deputado e acadêmico Wilson Brandão.

A abertura do evento será feita nesta terça-feira (17/10), às 19h, no Salão Nobre Deputada Francisca Trindade, na Assembleia Legislativa.

A Academia Piauiense de Letras e a Academia Piauiense de Letras Jurídicas, bem como o Instituto Presente, associaram-se à Escola do Legislativo Professor Wilson Brandão na realização do evento.

O objetivo do seminário é resgatar a história e as contribuições de parlamentares da Assembleia Legislativa do Piauí para a educação e a cultura piauienses.

A iniciativa tem ainda a finalidade de difundir junto à sociedade, aos estabelecimentos de ensino, associações culturais e aos órgãos dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo o legado das personalidades homenageadas.

O programa

As atividades do Seminário serão desenvolvidas durante dois dias, sempre a partir das 19h.

Nesta terça-feira, após a abertura oficial, o professor e sociólogo Antônio José Medeiros, ex-secretário de Educação e presidente do Instituto Presente, fará a palestra “Wilson Brandão e a Geração de 45”.

Em seguida, o acadêmico e professor Fonseca Neto, 1º secretário da Academia Piauiense de Letras e presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí, fala sobre “Wilson Brandão, o historiador”.

Outras duas palestras sobre o homenageado serão proferidas na quarta-feira (18).

A advogada e professora Fides Angélica, secretária geral da APL, abordará o tema “Wilson Brandão, o jurista”.

O encerramento do seminário se dará em seguida com a palestra “Wilson Brandão, o político”, a cargo do deputado, historiador e acadêmico Wilson Brandão, filho do homenageado.

Bonum certamen certavi (Combati o bom combate)

Jonathas Nunes (*)

Teresina amanheceu diferente. Prenúncio de maus presságios. Ontem a noite, antes que os primeiros sinais do quatorze outubriano aparecessem, me veio à mente, música repassada de saudade que a religiosidade de minha mãe repetia entre as paredes do vetusto casarão florianense: “…Desce a noite, foge a luz!…Quero agora despedir-me, boa noite meu Jesus!”

A ausência prolongada me levou, com rapidez instantânea, a ver que aquela poderia talvez ser a última noite entre nós do Mestre Paulo Nunes. E a cristandade que me perdoe, mas transformei o final da canção na pré-despedida do amigo de tantas jornadas: “……boa noite… Comandante Paulo  Nunes”.

Conheci este notável cultor do idioma pátrio, ainda nos idos de sessenta. Em meio à vaga nacionalista que varria o Brasil daqueles dias, sempre nas férias escolares me encontrava com Paulo Nunes em Teresina. Este era então assunto recorrente. Quase sempre na praça Pedro II e suas imediações.

Na ativa do exército, Paulo Nunes terá sido das primeiras pessoas a me falar em Nacionalismo e na Defesa intransigente da Petrobrás. A convite dele, ministrei, como tenente,  palestra na então Faculdade de Direito do Piauí, sobre os chamados “Acordos de Roboré”, à época considerados lesivos ao país.

Tempos depois vi e acompanhei, à distância, sem nada poder fazer, a luta incansável do educador Paulo Nunes pela permanência da Faculdade de Direito do Piauí na estrutura da novel Universidade Federal mafrense. Suas ideias avançadas na defesa da educação humanística e científica o afastaram da escolha para ser o primeiro Reitor da Universidade Federal do Piauí. Sentinelas avançadas do obscurantismo político  no meio educativo e cultural daqueles anos, mantiveram o ícone da crítica literária piauiense sempre sob reserva.

Tempos após, através de Paulo Nunes, a UESPI, quando era Reitor, pôde celebrar convênio de cooperação com a APL, e mensalmente tínhamos reuniões regulares no espaço acadêmico uespiano com os confrades da APL.

Certa feita, relembro agora, com saudade, na Reitoria da UESPI, perguntei a Paulo Nunes se ele achava que eu deveria pleitear uma vaga na APL. Respondeu-me de forma mansa e educada, como era de seu feitio: “Jonathas, acho que você deve pleitear uma vaga; conheço alguns de seus trabalhos no Congresso Nacional. Mas, eu lhe daria o seguinte conselho: antes de se candidatar, procure reunir, em livro, os seus trabalhos no Congresso.” Entendi tudo.

A intervenção do grande Mestre nas reuniões semanais da Academia tinha sempre para todos nós, acadêmicos, o tom elevado da Eneida de Virgílio : “conticuere omnes, intentique ora tenebant”. “Prendia a atenção de todos, e, em silêncio, todos se mantinham”. 

A Ditadura Militar de 1964 foi instaurada no Brasil precisamente para tentar impedir que luminares das Letras e da Cultura como Paulo Nunes pudessem servir de farol e guia das novas gerações de brasileiros. Tentaram empurrar Paulo Nunes para o fosso do anonimato.  Seu livro, Geração Perdida, retrata com maestria, a grandeza de espírito daquele jovem “Manoel,” filho do povo humilde da terra mafrense. Jovem Manoel que ao longo da vida  se transformaria no Paulo Nunes, ícone da Crítica Literária  lusófona. Mais que isso, no Paulo Nunes,  bandeirante dos novos horizontes da Literatura piauiense.

Sei ser difícil doravante, imaginar: a  APL  sem  Paulo  Nunes, e  Paulo Nunes sem a  APL.

Se tivéssemos, no entanto,  o condão de imaginar as últimas palavras de PAULO NUNES antes da partida, certamente bem poderiam ser essas:

“…. Colegas, ao longo da vida fui crítico literário.

– Se quiserem honrar minha memória, nos próximos cem anos da APL,  peço incluir a obrigatoriedade de que seja procedida apresentação e prévia votação de resumo crítico-literário da obra que venha a ser apresentada  para efeito de concurso para vaga aberta na APL. Se não for pedir muito, gostaria que meu substituto na APL passasse por esse tipo de crivo. Estarei me remexendo de alegria, no túmulo, se este pedido for acatado.”

Colegas Acadêmicos, ao fim e ao cabo, revendo e relendo esta passagem de dois anos atrás, vejo como nossa APL foi feliz ao cumprir na íntegra, o pedido de PAULO NUNES, ao eleger este Acadêmico de escol, CRÍTICO LITERÁRIO  de alto nível, CARLOS EVANDRO EULÁLIO. Companheiro presente em todos os momentos deste Sodalício, que tendo o nome de ACADEMIA PIAUIENSE DE LETRAS – APL, poderia também ser batizado com o nome de – ACADEMIA DE PAULO NUNES – APN.

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(*) Membro da APL, onde ocupa a Cadeira 2.

Congresso reúne Academias Estaduais de Letras em Campo Grande

Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, será a capital brasileira da literatura nos dias 19 e 20 deste mês, com a realização do Congresso Brasileiro das Academias Estaduais de Letras 2023.

O evento está sendo organizado pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras – ASL e vai reunir mais de 20 Academias Federativas, com a participação da Academia Brasileira de Letras – ABL.

A literatura no Brasil e a importância das Academias Estaduais de Letras para o incentivo às atividades da educação, leitura e literoculturais, bem como suas inter-relações e aproximação com a ABL, serão alguns dos temas a serem abordados.

A abertura será no Bioparque Pantanal, às 9h do dia 19.

A Academia Piauiense de Letras será representada pelo seu presidente, Zózimo Tavares.

Um escritor piauiense, o poeta Altevir Alencar, também membro da APL, integra a ASL. Ele morou no Mato Grosso do Sul e foi prefeito do município de Nioaque, no final de década de 1970, e secretário estadual de Cultura, de 1983 a 1985.

Segundo o presidente da ASL, Henrique de Medeiros, “a realização de um encontro para maior integração nacional das Academias Estaduais de Letras é muito importante para a cultura do país e vem sendo aguardada pelos acadêmicos há um certo tempo”.

O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul patrocina o evento, por ação do governador Eduardo Riedel, através da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania – SETESCC e da Fundação de Cultura do Estado.

(Com informações da Assessoria da ASL)

Concurso da Assembleia terá questões de Literatura Piauiense

O edital do concurso da Assembleia Legislativa, lançado no último dia 10, exige dos candidatos conhecimentos sobre literatura, história e geografia do Piauí.

O lançamento do edital foi feito pelo presidente da Assembleia, Franzé Silva, em ato realizado no Salão Nobre e que contou com a participação de diversos outros parlamentares.

A inclusão de questões de conhecimento regionais no concurso foi solicitada ao presidente da Assembleia pela Academia Piauiense de Letras.

Valorização

O presidente da APL, Zózimo Tavares, afirmou que a decisão da Assembleia valoriza a literatura piauiense, incluindo história e geografia.

Também cumpre a Lei Estadual nº 7.323/2019, de autoria do deputado Evaldo Gomes, dispondo sobre a obrigatoriedade de questões de conhecimentos regionais nas provas de concurso público promovido pelo Governo do Estado do Piauí.

Esta lei, conforme o presidente da APL, tem a finalidade justamente de reforçar as políticas de valorização da literatura piauiense, em seu sentido mais amplo, e não apenas a ficção.

O concurso

O novo concurso da Assembleia, o segundo de sua história, destina-se ao preenchimento de 201 vagas. 

O presidente da Assembleia informou que está em estudo um novo concurso focado para a área da segurança. 

As inscrições estão abertas até 9 de novembro no endereço eletrônico https://concurso.idecan.org.br/Concurso.aspx?ID=89

Os valores das inscrições estão fixados em R$ 100 para nível médio e R$ 130 para nível superior. 

Fazem parte da Comissão Organizadora os servidores Marcos Patrício Nogueira, procurador, Nayara Suyanne Soares e Samuel Campos, consultores legislativos especializados. 

(Com informações e imagem da Alepi)

APL, IHGP e CEC se unem pelo tombamento de capela do sertão

A comunidade Ponta da Serra, de casas dispersas nos contrafortes da Serra de Dois Irmãos, município de Dom Inocêncio, no coração do semiárido piauiense, tem um tesouro arquitetônico de grande valor histórico – a Capela de Nossa Senhora da Conceição.

A construção, supostamente edificada no final do século XIX, foi restaurada com recursos de compensação ambiental (e comprometimento social) da empresa ENEL Green Power, que implanta na região um grande projeto de energia eólica, no alto da Serra, cujo acesso só é possível mediante a construção de estradas para permitir que as enormes carretas levem os equipamentos das torres até o topo, desenhando novos elementos na paisagem seca do sertão, já na divisa com a Bahia.

As obras de restauro da Capela foram realizadas por uma equipe de arqueólogos e pesquisadores, sob a direção da geóloga e arqueóloga Suzana Hirooka.

Tombamento

A Academia Piauiense de Letras, o Instituto Histórico e Geográfico do Piauí e o Conselho Estadual de Cultura iniciaram entendimentos com vistas ao tombamento da Capela de Nossa Senhora da Conceição, situada a 90 quilômetros do município de Dom Inocêncio e a 700 quilômetros de Teresina.

A capela foi visitada e fotografada no último dia 28 de setembro pelo acadêmico Felipe Mendes, que estava em companhia do escritor Marcos Damasceno.

Conforme pesquisa do escritor e acadêmico Reginaldo Miranda, a capela foi construída em 1870, pelo frei Henrique José Cavalcante.

Museu

Uma escola municipal, próxima da capela, encontra-se fechada, e os estudantes da comunidade deslocam-se para uma escola distante 4 km, já no município de Lagoa do Barro.

Entre a foto antiga e as recentes, vê-se uma construção anexa, onde funciona um pequeno museu, com peças recolhidas no local das obras de restauro, bem como uma recepção do Instituto Ponta da Serra.

O anexo foi feito pela Fundação Ruralista, uma iniciativa do Padre Manoel Lira Parente, que realizou notáveis serviços à população da região, por meio da Fundação Ruralista, por ele criada.

Documentação

Sobre a Capela, o acadêmico Nelson Neri Costa, presidente do Conselho Estadual de Cultura, já firmou compromisso para coordenar os trabalhos que venham resultar em seu tombamento, mediante decreto governamental, para o que também haverá o concurso do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí, presidido pelo acadêmico Antônio Fonseca Neto.

O acadêmico Reginaldo Miranda, por sua vez, já iniciou pesquisas em documentação primária para buscar registros da data de sua construção.

O presidente da Academia Piauiense de Letras, Zózimo Tavares, afirmou que é importante preservar as linhas arquitetônicas e a história da capelinha perdida nos Sertões de Dentro do Piauí.

(Imagens: Felipe Mendes)

Piauí lança pacto pela redução de acidentes no trânsito

O Pacto Intersetorial pela Redução de Mortes no Trânsito no Piauí foi lançado nesta terça-feira (10/10), no Palácio do Karnak.

O programa tem como meta a redução do número de mortes no trânsito em 50% até 2030.

A iniciativa reúne setores da sociedade e órgãos governamentais para a promoção da educação, fiscalização, infraestrutura viária e conscientização da população para redução dos índices de mortes nas ruas e estradas.

O pacto também prevê a criação de uma plataforma estadual de informações sobre acidentes, que permitirá o monitoramento constante da situação e a adoção de medidas mais eficazes para a redução dos índices de violência no trânsito.

Principais metas:

– Reduzir os óbitos causados por acidente de trânsito no Piauí;
– Melhorar os índices relativos aos acidentes de trânsito do Piauí em relação aos demais estados da federação;
– Aumentar o número de municípios piauienses com o trânsito municipalizado;
– Aumentar o número de pessoas aptas e legalizadas a conduzirem veículos;
– Aumentar o número de pessoas conscientes sobre as regras de trânsito seguro;    

(Com informações e imagem da CCom-PI)

“Parábolas do Reino de Deus” – de  FMM

Carlos Evandro M. Eulálio

Na obra “Ofício de Escrever”, do renomado Frei Beto, há um capítulo em que o autor afirma o seguinte: “Já não faço prefácios de livros. Nem apresentações.” E justifica: “[…] Deixar de lado meu trabalho literário para ler obra alheia fora de meu campo de interesse, fazia-me perder o fio da meada.” (BETO, FREI, 2017, p.11). De minha parte, eu confesso: apresentar a obra de um escritor como Chico Miguel, mesmo que o seu conteúdo esteja fora do meu campo de interesse, longe de causar-me desconforto, constitui um privilégio e ao mesmo tempo a oportunidade de muito aprender com sua versada e profícua história de vida literária.

Início a apresentação das Parábolas do Reino de Deus, falando um pouco do autor. Francisco Miguel de Moura nasceu no lugar Jenipapeiro, município de Picos, atual cidade Francisco Santos, no dia 16 de junho de 1933.  Conta hoje com 90 anos de idade. Literariamente conhecido por Chico Miguel, é poeta, ensaísta, cronista, romancista, jornalista e crítico literário. Formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí, é pós-graduado na Universidade Federal da Bahia. Sua estreia como poeta aconteceu em 1966 com a obra Areias. Esse livro retornou ao leitor em primorosa 2ª edição pela Editora Life, São Paulo, 2021. Além dessa clássica obra literária, suas demais poesias estão reunidas na obra “Poesia (in) Completa”, edição de 2016 da Academia Piauiense de Letras, na coleção Centenário, sob o nº 56. Em prosa, entre outras obras, é autor do romance Os Estigmas. Como ensaísta e crítico literário escreveu “Literatura do Piauí, de Ovídio Saraiva aos nossos dias”, livro da maior importância para a historiografia literária piauiense. Atualmente, como funcionário aposentado do Banco do Brasil, diz que se dedica exclusivamente a ler e a escrever. É o 5º e atual ocupante da cadeira nº 8 da Academia Piauiense de Letras. Não poderia omitir nesta resumida biografia do autor que ele é casado com D. Maria Mécia Morais Moura.  

Meu primeiro contato com a produção literária de Chico Miguel deu-se por meio da obra Linguagem e Comunicação em O. G. Rego de Carvalho, quando eu cursava Letras na antiga Faculdade de Filosofia do Piauí, no início dos anos 1970. Considero um dos estudos mais completos de crítica literária sobre O. G. Rego.   

Hoje temos a oportunidade de conhecer uma outra vertente da criação literária do escritor Chico Miguel, ao trabalhar com o gênero ou discurso bíblico-religioso nas “Parábolas do Reino de Deus”. Como o próprio título anuncia, essa obra reúne as parábolas mais conhecidas de Jesus Cristo, aquelas que revelam verdades profundas e que tocaram a sensibilidade de Chico Miguel.

Ao narrar as Parábolas do Reino de Deus, Chico Miguel não se atém à simples tarefa de reescrevê-las, mas de interpretá-las do ponto de vista de alguém que vivencia com entusiasmo a palavra de Deus. Na apresentação do livro, ele expõe os motivos que o levaram a escrever a obra: “Quando comecei a reescrever ‘Parábolas do Reino de Deus’, contadas por Jesus Cristo, sem afastar-me do conteúdo que foi escrito originalmente pelos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, disse comigo mesmo que gostaria de fazer um trabalho que me agradasse, mas desejando, ardentemente, em primeiro lugar agradar a Deus” (MOURA, 2023, p.13).

Eis como Chico Miguel organiza o seu livro: nas páginas iniciais, escreve a biografia de Jesus em duas partes. Na primeira, fundamentado nos escritos dos evangelistas e numa vasta bibliografia, apresenta-nos o Cristo educador, na figura do mestre dos mestres que, aos 12 anos, já era muito admirado, “até causando espanto àqueles que interpretavam os textos sagrados, ali repetidos por Jesus.” Na segunda parte, intitulada “Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro”, o autor descreve o perfil de Jesus Cristo, a partir de suas ações, comportamentos e propostas.

Após a descrição biográfica de Jesus Cristo, inicia-se a narração das parábolas. Para tanto, o poeta recorre à paráfrase, recurso definido pelos linguistas e teóricos da linguagem como reescrita de um texto sem distanciamento de seu conteúdo temático, sendo uma espécie de tradução dentro da própria língua. Conforme Samir Meserani, são conhecidos dois tipos de paráfrases que se diferenciam pela forma como o texto original é recondicionado. O primeiro é apenas reprodutivo, reescreve quase literalmente o texto base. O segundo, desenvolvido por Chico Miguel nas Parábolas do Reino de Deus, é aquele de natureza criativa, porque “ultrapassa os limites da simples reafirmação ou resumo do texto original”, indo além da transcrição literal. Essa ultrapassagem do texto original, sem afastar-se da ideia central, decorre da sua dimensão intertextual, que reforça a heterogeneidade do texto parafrástico. Nessa modalidade, a paráfrase remete a outro texto que passa a constituir um novo discurso. Aludindo a outros textos, deles se aproxima em extensão. Nas palavras de Affonso Romano de Sant’Anna: “falar de paráfrase é falar de intertextualidade das semelhanças” (Sant’Anna (1985, p.28). Esse entendimento indica que a paráfrase é um mecanismo dialógico com novos sentidos, sempre acrescentando algo ao que já existe. Daí, ao reescrever as Parábolas do Reino de Deus, Chico Miguel constrói um novo discurso que, para efetivar-se, exigiu de si um exercício exaustivo de criatividade e reflexão.

Na reescritura das “Parábolas do reino de Deus” fica evidente o propósito didático de Chico Miguel, ao interagir com o leitor, chamando-lhe a atenção para que as fábulas “sejam lidas com cuidado, com amor e com fé” (MOURA, 2023, p.19). Nas várias passagens do livro, como na paráfrase da parábola “A figueira amaldiçoada”, o poeta nos dá esse testemunho de fé cristã, “como forma de merecer as graças de Deus.” Essa convicção é compartilhada com o leitor, como incentivo de afirmação dessa virtude teologal, com estas palavras: “Creio que a leitura deste trabalho sobre as ‘Parábolas do Reino de Deus’, reescritas para serem distribuídas aos que disponham reler aquilo que está na Bíblia, seja mais um incentivo de afirmação de nossa fé em Deus para sermos dignos de receber suas graças” (MOURA, 2023, p. 71).

Essa intenção didática de Chico Miguel é explícita no final de cada narrativa, quando ele esclarece o leitor sobre o sentido do texto que acabou de ler, além de contextualizá-lo em nosso tempo histórico e cultural. Para exemplificar, eis como reescreve o final da Parábola do Grão de Mostarda, uma das menores parábolas de Jesus que nos traz um grande ensinamento sobre a fé e o reino de Deus: “Como vimos, esta parábola é um claríssimo convite de Jesus aos homens para que sintam o espírito germinar (como a semente de mostarda), em verdade, beleza e bondade, nos seus corações, em busca da glória de Deus, e evitem entregar-se à ilusória potência do mal, aqui representada pelo tamanho das folhas da mostardeira (MOURA, 2023, p. 40). Esse método facilitador de leitura auxilia o leitor a compreender o aspecto simbólico ou alegórico de cada parábola. Este o grande mérito da obra Parábolas do Reino de Deus.   

Chico Miguel é um polígrafo da literatura piauiense. Se ele não vive dos ganhos da atividade literária, sempre teve a intenção de viver exclusivamente dela. Nos diversos escritos que põe em prática mostra domínio em tudo que escreve. O livro que hoje publica pela Entrelivros constitui excelente exercício de hermenêutica bíblica das Parábolas do Reino de Deus. Certamente, nos ajudará a compreender o que é essencial e profundo em suas passagens, com mais precisão e aplicabilidade à vida diária. Seus benefícios vão além do autoconhecimento, podendo estender-se também à convivência cristã em comunidade.   

                                  Capa do novo livro de Francisco Miguel de Moura/Reprodução

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* Carlos Evandro M. Eulálio, professor e crítico literário. É membro efetivo da Academia Piauiense de Letras, segundo ocupante da Cadeira 38, tendo como patrono o poeta popular João Francisco Ferry.

REFERÊNCIAS 

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem, 5ª ed. São Paulo: Hucitec, 1990. 

BETO, Frei. Ofício de escrever. Rio de Janeiro: Anfiteatro, 2017.

 MESERANI, Samir. O intertexto escolar. 4.ed. São Paulo: Cortez, 1995.

MOURA, Francisco Miguel de. Parábolas do Reino de Deus. Teresina: Livraria Nova Aliança, 2023.

SANT´ANNA, A. F. Paródia, paráfrase & Cia. 3.ed. São Paulo: Ática, 1985.

Cid Dias lança novo livro sobre obras do Piauí

“Piauí – Seus Engenheiros, Suas Obras” é o título do novo livro do engenheiro, professor e acadêmico Cid de Castro Dias.

No livro, o autor faz um regaste histórico das primeiras edificações da Província do Piauí, em Oeiras, e da nova Vila do Poti, sede da nova capital, bem como das grandes obras do século XX até os dias atuais.

Na apresentação da obra, o advogado e escritor Magno Pires, vice-presidente da Academia Piauiense de Letras, afirma que Cid Dias é “incansável criador e trabalhador literário”.

Também lembra que o engenheiro constrói seus textos com rigor técnico e linguístico apurados.

O autor observa que seu novo livro dá continuidade ao resgate da memória das principais obras públicas projetadas e construídas no Piauí e o trabalho de seus engenheiros.

Ele começa citando Enrico Antonio Galuzzi, formado em Engenharia Militar e especializado em Cartografia.

Galuzzi chegou ao Piauí em 1759, para trabalhar na administração de João Pereira Caldas, primeiro governante da Capitania.

Sua missão foi a de participar das tarefas de implantação da organização político-administrativa da nova Capitania.

O livro faz um inventário das principais obras públicas construídas no Piauí desde então, sendo ilustrado com rico acervo fotográfico.

“Apesar de técnico, torna-se de leitura fácil e agradável”, afiança Cid Dias, autor também de do livro “Piauhy – das origens à Nova Capital”.

O engenheiro Cid Dias ocupa a Cadeira 15 da Academia Piauiense de Letras.

Capa do novo livro do engenheiro e acadêmico Cid Dias.