Zózimo Tavares é recebido em Crateús em homenagem a José Coriolano

Por: Vanize Lemos

Data: 11/04/2025

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A Academia de Letras de Crateús (ALC) recebeu nesta quinta-feira (10), em sua sede, uma comitiva ilustre da cultura piauiense: o jornalista, escritor e acadêmico Zózimo Tavares e o Prof. Dr. Desembargador Arnaldo Boson Paes, do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí. A visita integrou uma jornada literária enriquecedora dedicada à vida e à obra do poeta José Coriolano de Sousa Lima, considerado o “Príncipe dos Poetas” do Piauí e reconhecido como fundador da literatura do estado.

A presença do Dr. Arnaldo Boson ganhou contornos ainda mais simbólicos: o magistrado é sobrinho-tetraneto de José Coriolano, figura central da homenagem promovida pela ALC. O evento teve como anfitriões o promotor de justiça Dr. José Arteiro Goiano, o Dr. Alexandre Macedo Maia, Raimundo Cândido e o historiador Flávio Machado.

A programação prossegue nesta sexta-feira, 11 de abril, com visitas à Igreja Matriz de Crateús, onde estão depositados os restos mortais do poeta, e ao busto de José Coriolano, reinstalado recentemente na praça ao lado da Catedral pela própria ALC, em ação de resgate da memória literária regional. A casa onde nasceu o poeta, infelizmente, não pode mais ser visitada, pois se encontra atualmente abaixo da Estação de Tratamento da Cagece, na comunidade Boa Vista dos Correias.

José Coriolano de Sousa Lima é patrono da cadeira nº 8 da Academia Piauiense de Letras (APL) e autor de mais de 250 poesias. Nascido em Crateús quando o território ainda pertencia à Província do Piauí, sua ligação com a história piauiense é legítima e inquestionável. A transferência de Crateús para a Província do Ceará ocorreu somente em 1880, através da Lei nº 3.020 de 22 de outubro daquele ano.

“A obra de Coriolano é uma semente que floresceu em toda a literatura piauiense. Sua visão poética, seu rigor formal e seu compromisso com a beleza da língua são marcas de um tempo fundador, que ainda hoje ecoa em nossa produção literária”, destacou o acadêmico Zózimo Tavares, durante o encontro em Crateús.

Para a presidente da APL, Fides Angélica Ommati, o resgate da memória de José Coriolano representa mais do que um reconhecimento histórico:

“Celebrar Coriolano é reafirmar a identidade da literatura piauiense. Ele é um marco inaugural, um elo entre o passado e o presente da nossa produção intelectual. Em 1917, quando foi fundada a Academia Piauiense de Letras, a cadeira nº 8 — que tem Coriolano como patrono — teve como seu primeiro ocupante o intelectual Antônio Chaves, um dos fundadores da APL. Atualmente, essa cadeira é ocupada pelo escritor Francisco Miguel de Moura, que também honra a tradição do patrono com uma obra literária marcante. Isso demonstra o valor simbólico e literário que Coriolano representa para todos nós. A Academia se orgulha de manter viva a lembrança e a obra do poeta que fundou, com brilho e pioneirismo, a nossa tradição literária.”

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