Hugo Napoleão do Rego Neto

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(1943). Quarto e Atual Ocupante da Cadeira nº 9 da APL. 

Ministro de Estado. Parlamentar. Governador do Piauí, nascido em 1943, em Portland, Oregon, Estados Unidos, onde o pai era vice-cônsul do Brasil. Em 1967, bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e, ainda nesse ano, fez cursos de extensão universitária, na mesma Faculdade e na Faculdade Cândido Mendes. No ano seguinte, assumiu a assistência jurídica do Banco BANASA de investimentos. Professor no Instituto de Administração e Gerência da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Ainda em 1974, transferiu-se para o Piauí, onde, em eleições realizadas em novembro, foi eleito deputado federal para o mandato 1975 a 1979. Reeleito para legislatura 1979-1983. Vice-líder da Arena do governo e do Partido Democrático Social na Câmara dos Deputados (1979 a 1982). Foi presidente Nacional do Partido da Frente Liberal. Secretário da Comissão Executiva Nacional do PDS (1981 a 1983). Governador do Piauí. Ministro da Educação (1987). Ministro da Cultura (1988). Ministro das Comunicações. Vice-líder do Partido da Frente Liberal na Assembleia Nacional Constituinte. Membro da Academia Piauiense de Letras. Em abril de 1986, atendendo a uma solicitação da Academia Piauiense de Letras, por intermédio do seu presidente, professor A. Tito Filho, o governador Hugo Napoleão encaminhou uma mensagem à Assembleia Legislativa, acompanhada de um projeto de lei em que fazia a doação de um prédio situado na Avenida Miguel Rosa, nesta capital, ao mais alto Sodalício Piauiense, a fim de que ali fosse instalada a sua sede. Por unanimidade de votos foi aprovado o dito projeto, vindo em seguida, a sua sanção pelo governador Hugo Napoleão. Realizações Administrativas. Instalação do Museu do Couro, em Campo Maior (1984). Apoio à população de baixa renda (Proab). Apoio à agricultura, promovendo o seu desenvolvimento econômico-social nas regiões semi-áridas por intermédio do Projeto Sertanejo. Execução de uma política de irrigação através do PROlPI (Programa de Irrigação e Recursos Hídricos do Piauí), visando à construção de obras de infra-estrutura para armazenamento e respectivo aproveitamento da riqueza hídrica, para os usos humano, animal e agrícola. Construção do majestoso prédio da Assembleia Legislativa, com uma área de 9.500m2. Ampliação da rede de iluminação elétrica, construindo novas linhas de transmissão e de distribuição na capital e no Interior do Estado. Honrarias. Condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Renascença do Piauí, da Ordem dos Guararapes (Pernambuco), da Ordem Aperipê (Sergipe), da Ordem dosTimbiras (Maranhão) e da Ordem Bernardo O’Higgins; Comendador da Ordem do Mérito Militar; Grande Oficial da Ordem de Rio Branco, da Ordem dos Bandeirantes (São Paulo), da Ordem do Mérito Aeronáutico, da Ordem do Mérito do Rio Grande do Norte, da Ordem do Congresso Nacional; Cavaleiro da Ordem da Francolônia e do Diálogo das Culturas (Paris); Grande Medalha da Inconfidência (Minas Gerais), Medalhas do Pacificador, do Mérito Judiciário Conselheiro Coelho Rodrigues, do Mérito de Assistência ao Estudante (MEC), do Sesquicentenário da Assembleia Legislativa do Piauí, do Sesquicentenário da Polícia Militar do Piauí, e do Mérito Industrial Simplício Dias da Silva.

Fragmentos do seu discurso em 09-03-1987, por ocasião de sua posse na cadeira nº 9, da Academia Piauiense de Letras, em que destaca a personalidade do escritor Fontes Ibiapina:

“Analista da dificuldade e da aspereza da vida sertaneja, da aflição e da miséria do piauiense. Fontes Ibiapina foi autêntico, fiel, distante de artificialismos inúteis.

Creio que assim sentirá quem ler os romances Sambaíba, Palha de Arroz, Tombador, Nas Terras de Arabutã e Vida Gemida em Sambambaia, ou Contos de Chão de Meu Deus, Brocotós, Congresso de Duendes, Destino de Contratempos, Quero, Posso e Mando, Mentiras Grossas de Zé Rotinho, Lorotas e Pabulagens de Zé Rotinho e Eleições de Sempre, ou, ainda, o teatro folclórico O Casório de Pafunsa e o folclore Paremiologia Nordestina.

Sua obra revela um imenso poder de observação das pessoas, das coisas e dos fatos. Autor de frases rápidas, colóquio vivo e comunicante, profundamente fiel aos tipos e costumes. Fontes Ibiapina revelou a verdade sobre questões político- psicossociais.

Suas marcantes expressões são sempre lembradas. Recordo-me, por exemplo, que nos idos de 1974, ao participar de comício na cidade de Ribeiro Gonçalves, vários políticos citaram sua definição: terra sem reboco.

Expressivos nomes da literatura piauiense e nacional analisaram e criticaram sua fecunda obra literária. Dentre eles, João Felício dos Santos, O. G. Rego de Carvalho, Arlindo de Souza, Gaspar Brígido, Euclides Marques de Andrade, José Américo de Almeida, Mário Souto Maior, Luís Câmara Cascudo e Jorge Amado.”

Fonte: Revista da Academia Piauiense de Letras, 1987.